28/05/2014

Um Milionário em Lisboa - José Rodrigues dos Santos OPINIÃO!!!!

Gradiva| 670 págs| 22€
Esta é a continuação da biografia romanceada " O Homem de Constantinopla", sobre Kaloust Gulbenkian.

O foco inicial da narrativa centra-se em Krikor, filho de Kaloust e a descrição do que este passa durante a Guerra entre Turcos e Arménios, no início do século XX. No meio do conflito José Rodrigues dos Santos consegue incluir um espaço para o amor, um amor que nos comove e que irá acompanhar-nos ao longo da leitura.

Neste segundo livro, Kaloust é já um homem de negócios, com prestigio sobretudo em Londres e Paris. A sua personalidade carismática associada a um certo sentido de humor faz com que o leitor solte algumas gargalhadas e descontraia um pouco.

A história da vida de Kaloust é, também, a História do Século XX: a Primeira e Segunda Guerras Mundiais crassam por toda a Europa e tem repercurssões em todo o mundo e, como é óbvio, na vida de Kaloust. Este vê-se obrigado a refugiar-se em Portugal devido sobretudo à sua personalidade forte, convicções rígidas e à luta pelos seus ideiais. Portugal será fundamental para Kaloust e o nosso país e esse papel é magistralmente descrito neste romance.

Com um "olho clínico" para a caracterização de ambientes e personagens, José Rodrigues dos Santos dá-nos a conhecer mais sobre a cultura portuguesa e o papel de Gubenkian na mesma.

Entreguei-me a esta leitura logo após a leitura de "O Homem de Constantinopla" e fiquei, mais uma vez, rendida à escrita de José Rodrigues dos Santos: este escritor sabe recriar vivências e momentos, hstóricos ou ficcionais, sabe introduzir os diálogos bem como as emoções das personagens de tal modo que ficamos agarrados aos seus livros!

Espero que o autor continue a apostar nestes romances ou biografias romanceadas, que contem a nossa história como portugueses!

Juntamente com "A Filha do Capitão" e "O Anjo Branco", também " O Homem de Constantinopla" este "Um Milionário em Lisboa" ficou no top dos livros que já tive o prazer de ler de José Rodrigues dos Santos!

Classificação: 7 - Excelente!

Outros Livros Lidos de José Rodrigues dos Santos:

  • Crítica de "O Anjo Branco" Aqui!
  • Crítica de "A Vida num Sopro" Aqui!
  • Crítica de "A Ilha das Trevas" Aqui!
  • Crítica de "O Homem de Constantinopla" Aqui!

19/05/2014

A Hipótese do Mal - Donato Carrisi OPINIÃO!!!

Porto Editora| 424 págs| 16,60€

Donato Carrisi foi um escritor que me surpreendeu imediatamente quando li o “Sopro do Mal”: um livro bem escrito e com uma característica que me cativa sempre nos livros policiais: o factor surpresa e o desfecho inesperado.


Apesar de ainda ter por ler “O Tribunal das Almas” do mesmo autor, este “A Hipótese do Mal” chamou-me, desde logo a atenção por três razões: uma sinopse extremamente apelativa, a mesma personagem principal de “ Sopro do Mal”, Mila Vazquez, e a frase da capa: “É das trevas que venho e às trevas devo regressar”.


A acção deste livro é, inicialmente, muito rápida, fazendo com que o leitor não consiga afastar-se durante muito tempo do livro: ocorrem diferentes homicídios , aparentemente sem ligação aparente entre si, mas à medida que avançamos na leitura, concluímos tratar-se de algo  muito mais complexo do que parecia à primeira vista.


Mila Vazquez, uma personagem complexa mas ao mesmo tempo original e com a qual estabelecemos uma forte empatia, tem como dever, enquanto responsável pelo “Limbo” (Gabinete das Pessoas Desapaarecidas), solucionar estes casos complexos.


Donato Carrisi coloca a tópica deste livro no conceito de “desaparecimento”. Já no “Sopro do Mal” aprendemos diferentes conceitos relacionados com a dinâmica policial e neste “A Hipótese do Mal” também ficamos a conhecer mais conceitos e teorias deveras interessantes, sobretudo para aqueles que, como eu, gostam de ler um bom romance policial.


Paralelamente à acção propriamente dita, há uma aura filosófica e antropológica que torna a narrativa muito particular: isto acontece, sobretudo, pela mão de uma outra personagem, Simom Berish – um policía expert em interrogatórios e que foi excluído pelos seus superiores e colegas de trabalho por algo que ocorreu no passado. Esta personagem também é muito complexa mas desperta a curiosidade e a simpatia do leitor.


Mila e Simon procuram juntos solucionar o mistério que está por detrás da “Hipótese do Mal” e, paralelamente, superar os males do passado que tanto os atormentam e que moldam as suas personalidades.


Extremamente psicológico, com uma acção rápida e uma escrita apelativa, este livro não fica nada atrás do “Sopro do Mal”. Aliás, complementam-se: ao longo do livro são feitas muitas referências ao livro anterior e o final surpreendente leva-nos a pensar, inclusivamente, que poderá existir uma continuidade num próximo livro deste autor.


Pessoalmente, não sou muito de prestar atenção às capas dos livros, mas a do “A Hiótese do Mal” chamou-me à atenção por ser muito semelhante com o “Sopro do Mal” e, desde logo concluí que poderia haver muita relação entre um livro e o outro. Para enfatizar ainda mais essa minha teoria está uma palavra que surge em ambos os títulos: “Mal”.


É um livro extraordinário, com um enredo muito bem conseguido, com uma forte componente imaginativa, suspense e reviravoltas inesperadas! Nada é o que parece e esta leitura fez com que Donato Carrisi se consagrasse, na minha opinião, um dos melhores escritores policiais da actualidade.


Fico, por isso, ansiosamente à espera do próximo livro desta “saga”, irremediavelmente relacionada com o “Mal”.

Classificação: 7 - Excelente!

Outros Livros do Autor: 

Opinião de " Sopro do Mal" aqui

11/05/2014

Coolbooks - Nova Chancela da Porto Editora:)




No final de abril, surgiu a Coolbooks (www.coolbooks.pt), uma nova chancela do Grupo Porto Editora que tem como objetivo dar a conhecer novos autores de língua portuguesa, editando – em exclusivo – em suporte digital. Os primeiros sete livros estão disponíveis e o top de vendas da WOOK.pt já o reflete.

Os romances A chama ao vento, Manhã clara, O cliente de Cascais, O pianista e a cantora, o livro de contos Sudoeste, e duas obras juvenis (O jogo da meia-noite e A hora da hipnose), são as primeiras apostas.

Coolbook em Destaque:


Formato: Ebook | Preço: 4,99€ | Págs:158
Há vinte anos, um acidente na Estada Marginal, em Cascais, mata o filho de um juiz. António Palma, um antigo inspetor da Polícia Judiciária, é agora contratado para investigar a título privado o que realmente aconteceu, na sequência de uma denúncia anónima que aponta para uma conspiração para assassinar o jovem. A investigação torna-se arriscada com a entrada em cena de dois marginais extremamente perigosos, um dos quais originário do Leste europeu, que colocam em risco a vida do ex-inspetor e da mulher que ama. Simultaneamente, António Palma é confrontado com novos dados sobre os factos que levaram ao seu afastamento da Polícia, inculpado por um ato interno que teria tido como fim afastá-lo, por alguma razão que ignorava. Quem terá estado por detrás da morte daquele jovem, vinte anos atrás? Qual o móbil para tão estranho crime? O Cliente de Cascais traz-nos um retrato fiel da geração que ainda participou na guerra colonial e mostra-nos com um ato distante no tempo, afeta de forma trágica o futuro de duas famílias.

O AUTOR
José Filipe nasceu em 1953, numa aldeia a poucos quilómetros das Caldas da Rainha. Cresceu com a guerra colonial no horizonte e frequentou o ensino técnico de um país pobre, com um sistema educativo elitista. Resolvida a questão da guerra colonial com o início de um ciclo político que está agora a findar, aos vinte anos era para ele tempo de «acreditar» que poderia escrever o grande romance português do século XX. Cedo entendeu que o que fazia sentido era a vida real, por isso abandonou a ideia de escrever ficção. Mais de trinta anos depois, decidiu responder ao apelo da escrita.
Com o peso da realidade a colocar em causa o papel da sua geração, e com a sobrevivência de muitos dos que partilharam esses tempos em causa, não tem remorsos das decisões que tomou.
Hoje vive na Parede, concelho de Cascais, perto do mar que revisita todos os dias, fundamental para o seu próprio equilíbrio.

02/05/2014

O Homem de Constantinopla - José Rodrigues dos Santos OPINIÃO!!!

Gradiva| 540 páginas|22€
Como já referi em diversos comentários, sou fã dos romances de José Rodrigues dos Santos, nomeadamente aqueles que retratam um pouco da História do nosso país.

Após as leituras de livros como "A Filha do Capitão", " A Ilha das Trevas", " O Anjo Branco", "A Vida num Sopro", surgiu-me a oportunidade de ler " O Homem de Constantinopla" e posteriormente" Um Milionário em Lisboa" e fiquei, mais uma vez, rendida!

Contudo, devo confessar que, ao contrário da leitura, escrever esta crítica não foi uma tarefa simples, na medida em que são variados os pontos a focar e é necessário empenho e foco para dar o devido valor a estes dois livros ( "O Homem de Constantinopla" e "Um Milionário em Lisboa") que se complementam, assim como ao autor dos mesmos.

Nos romances que li anteriormente de José Rodrigues dos Santos, as personagens são, na grande  maioria, ficionais, apesar do cerne da narrativa se basear sempre em factos reais.

Em "O Homem de Constantinopla" deparamo-nos com uma narrativa mais exigente e, a meu ver, também mais interessante, uma vez que retrata a vida de um homem particularmente importante na sociedade portuguesa: Kaloust Gulbenkian.

Neste primeiro livro, a história centra-se na infância de Kaloust (nascido em 1869) em Constantinopla e a descrição realista e dramática de um país em guerra: Arménios por um lado e Turcos por outro e o ódio que estes últimos detinham contra os cristãos.

São factos históricos marcantes, tanto para o povo arménio como para Kaloust. Esta realidade aliada ao autoritarismo e exigência da sua educação, sobretudo pela mão do pai, moldaram fortemente a personalidade do pequeno Kaloust, cuja evolução vamos acompanhando a passo a passo, em página em página.

A minuciosidade conferida às descrições político- sociais de finais do século XIX não tornam, ao contrário do que se possa pensar, o livro maçador ou enfadonho. Pelo contrário, para mim foram uma fonte de aprendizagem e de reflexão.

Até ler este livro pouco ou nada sabia sobre Gulbenkian, confesso a minha ignorância. Tinha conhecimento que foi um homem ímpar no seu tempo e de alguma forma marcante em Portugal, ou não tivesse uma fundação em seu nome ( e que já tive a oportunidade de visistar em variadas ocasiões).

À medida que vai crescendo, Kaloust torna-se um jovem e mais tarde um gentleman de hábitos enraizados e com uma personalidade muito forte. Obstinado em algumas ocasiões e teimoso noutras, não deixava os seus negócios em mãos alheias e ambicioso quanto baste lutou sempre pelos seus objectivos, nunca descurando os seus valores.

"O Homem de Constantinopla" para além de biográfico e fonte de hábitos e costumes de uma época com uma base histórica precisa, é também um "desfile" de personalidades concentuadas e que privaram com Kaloust, tais como Nobel, Shell ou Riz, entre outros.

Paralelamente, acompanhamos o personagem principal em viagens por todo o mundo e sobretudo na Europa, levado pelo Expresso do Oriente a Paris, Londres, Constantinopla, entr outros.

Saliento, ainda, duas particularidades do livro que me cativaram: em primeiro lugar, a originalidade de estarmos a ler os manuscritos deixados por Kaloust ao mesmo tempo que o seu filho ( tanto "O Homem de Constantinopla" como "Um Milionário em Lisboa" são dois manuscritos de memórias deixado pelo próprio Kaloust ao filho). Do meu ponto de vista esta introdução ao livro foi uma ideia genial de José Rodrigues dos Santos e que me despertou ainda mais o interesse.

Em segundo lugar, marcou-me também a profundidade da pergunta que "atormentava" constantemente Kaloust: " O que é a beleza?" - uma questão profunda e subjectiva que chama a atenção do leitor para a importância das pequenas coisas e para o verdadeiro sentido da vida e daquilo que nos rodeia.

Este livro foi uma agradável surpresa, muito bem escrito e estruturado, que me prendeu da primeira à última página, deixando-me curiosa para a continuação da história em "Um Milionário em Lisboa". É um livro que aconselho vivamente!

Classificação: 7 - Excelente.

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