20/05/2013

Madame Bovary - Gustave Flaubert OPINIÃO!!!!



Editora: Europa – América (livro de bolso)

Nº páginas: 307















Sinopse:
«Madame Bovary sou eu», disse uma vez Flaubert, a quem o êxito do seu romance publicado em 1856 acabou por irritar, de tal modo eclipsou os seus outros livros.
Ema Bovary persegue a imagem do mundo que lhe é dada por uma certa literatura desligada da realidade. Arrastada pelas suas ilusões, a mulher do prosaico Carlos Bovary imagina-se uma grande amorosa.
A realidade revela-se impiedosa. E, no entanto, Madame Bovary, na época judicialmente perseguido devido à sua «cor sensual» e à «beleza provocadora de Ema», está longe de ser essa lição de realismo que muitos nele quiseram ver.

A minha Opinião:
A leitura de clássicos tem-me aberto as portas para a descoberta de novos escritores e de novas formas de escrita. “Madame Bovary” é um destes exemplos.

A acção do romance decorre no séc.XIX, nos arredores de Paris e tem como personagens principais Charles Bovary e Emma, futura Madame Bovary.

Este livro retrata, sobretudo, a sociedade da época. Contudo, o papel da mulher é primordial e não surge, como em muitos romances deste período, como alguém sem personalidade. Bem pelo contrário: Emma tem uma personalidade forte, permanentemente insatisfeita, tanto moral como intelectualmente e procura outros horizontes e outras aventuras para melhorar o seu dia-a-dia. A complexidade desta personagem é o que conduz,, a meu ver,  ao final trágico e surpreendente do livro.

Aliás, o facto do escritor introduzir neste livro o tema do adultério fez com que a sociedade francesa se insurgisse contra o mesmo e ,por isso, Gustave Flaubert foi levado a tribunal.

A faceta sonhadora de Emma leva-a a apaixonar-se por um homem que não era o que ela pensava e quando toma consciência desse facto, Emma conclui que afinal as aparências iludem e que provavelmente deixou escapar o grande amor da sua vida.

Por entre aventuras e descrições quotidianas, Gustave Flaubert constrói uma história muito realista, o que constituiu uma novidade naquela época, tendo este livro sido considerado a primeira obra da literatura realista. 

De facto, ao ler este livro por várias vezes me lembrei de um grande escritor português que tem também como base o realismo na sua escrita: Eça de Queiroz. 

Enquanto lia este clássico fiquei com a sensação que estava perante um filme, em que as cenas se sucediam facilmente perante os meus olhos e isto contribuiu para apreciar este livro.

Identifiquei-me, inclusivamente, com Emma na medida em que, tal como ela, as leituras fazem-me sonhar!

Para além do romance, este livro inclui uma crítica à sociedade, à burguesia, ao clero e à religião.

O realismo das descrições de personagens e do seu quotidiano, transformou Madame Bovary num dos melhores clássicos da literatura que li até hoje!

O Autor:
Romancista francês, Gustave Flaubert nasceu a 8 de Dezembro de 1821, em Rouen, França, e morreu a 8 de Maio de 1880, em Croisset.
A sua incursão na literatura começou na escola e data de 1837, ao redigir num jornal de estudantes, Art et Progrès, e depois a revista Le Colibri. Quando já tinha adiantada a redacção de La Tentation de Saint Antoine, interrompeu-a para escrever o seu grande romance Madame Bovary, que em 1857 foi publicado em folhetins na Revue de Paris. Esta obra, que lhe custou cinco anos de trabalho, iria também levá-lo à barra do tribunal, em 1858, por atentado contra os bons costumes. Apesar do escândalo, a crítica consagra a obra pela novidade, perfeição e equilíbrio, e as tendências realistas. A obra de Flaubert representa o expoente máximo do romance realista em França e terá influenciado o escritor português Eça de Queirós.

A minha classificação: 6 – Muito Bom.

Período de Leitura: De 6 a 11 de Maio de 2013.

2 comentários:

rjs disse...

Bem legal, gostei mesmo da publicação, parabéns. Já conhece o E-MAI? Ganhe dinheiro na internet sem sair da sua cadeira! Não perca tempo acesse o link do meu convite. Faça seu cadastro e comece a ganhar hoje mesmo!

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Antonio Manuel disse...

Mais uma vez a Estefânia publica uma excelente crítica sobre um "clássico" e mostra-nos a sua capacidade de abranger vários géneros literários. O que conta é a qualidade!!!! e um cérebro sem "teias de aranha".
Aproveito para manifestar a minha profunda indignação pela não realização da Feira do Livro do Porto. Revoltante!!!!!!

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